Não dá para imaginar a dor que se sente nestes momentos

Foram varias as mães que perderam filhos este fim-de-semana, a Judite Sousa tornou-se a figura representativa (por ser figura publica) da mãe que já não é porque o destino assim o quis!

Não acredito que haja palavras para está dor, mas o Pedro Abrunhosa quase chegou lá...

"A dor de perder um Filho não tem nome. Não é dor sequer. É algo muito mais fundo porque é o contrário da razão, da vida, da ordem natural do tempo. Nunca se apaga, nunca se esvai, nunca apazigua. É uma eterna noite negra instalada num segun...do. É um arrependimento ao infinito dos verbos que nunca chegaram a ser ditos, das areias que não voltarão a ser pisadas ainda que as pegadas juntos insistam em aparecer na traiçoeira tarde das memórias. Há doze anos os meus país perderam o seu Filho Paulo, e eu o mais puro dos irmãos. Sei que não tem nome porque a vejo nos olhos deles todos os dias como se perscrutassem o destino na ânsia de mudar o passado, de o ver voltar na orla de uma manhã qualquer. Eu não conheci o André mas sou amigo de muitos dos seus amigos. Conheço a Mãe e não me atrevo sequer a julgar que sei o que sente. Neste momento em que todos somos irmãos, e país, e filhos, o meu pensamento voa até si, Judite. E através dele choro consigo esta estúpida perda que, de tão perto, me cala por dentro." 

Pedro Abrunhosa

Silêncio que se choram os mortos...


Funeral Blues 
(Song IX / from Two Songs for Hedli Anderson)

Stop all the clocks, cut off the telephone.
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.

Let aeroplanes circle moaning overhead
Scribbling in the sky the message He is Dead,
Put crêpe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.

He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest
My noon, my midnight, my talk, my song;
I thought that love would last forever, I was wrong.

The stars are not wanted now; put out every one,
Pack up the moon and dismantle the sun.
Pour away the ocean and sweep up the wood;
For nothing now can ever come to any good. 


Wystan Hugh Auden (1907-1973)

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