CLOUD ATLAS: Impossível não escrever nada sobre este filme...


São poucos os filmes que eu posso considerar como O FILME, talvez uma mão cheia! Desses filmes, nenhum me foi recomendado, fui vê-los por pura curiosidade de cinéfila que sou. 

Mas este filme foi-me falado por um conhecido, foi recomendado na ignorância dos factos, eu nem sabia que ele estava para chegar, mas mal me disseram que parecia interessante eu fui menina para procurar pela única palavra que lhe tinha ficado na memória ”Cloud”. Não foi difícil encontrar, apareceu logo o título e o entusiasmo foi quase igual ao de uma criança em plena manhã de Natal, como é que este fenómeno chamado “Cloud Atlas” ia-me passar despercebido? Como??? 

Eu sou de extremos e exagerada por natureza, tudo para mim é extremamente grande ou extremamente insignificante, se gosto de algo vejo até a exaustão, se não gosto sou capaz de gastar dinheiro em mais um bilhete para ter a certeza que não gosto ou odeio, mas os filmes que eu gostei vejo-os até me cansar posso dizer que o “Ensaio sobre a cegueira” vi-o no cinema 3 vezes, o “Volver” e “Abraços desfeitos” outras 3 vezes, sempre com pessoas diferentes, os “Filhos do homem” fui ver 2 vezes (sozinha), o “Vicky, Cristina Barcelona” fui outras 2 vezes, isto se não contarmos as vezes vistas em casa, o filme da “Amelie” não foi ver ao cinema, mas acreditem já lhe perdi a conta das vezes que o vi, tal como o “Tigre a Neve” que são filmes tão mágicos que fazem-me pensar que vivo num mundo fantástico! 
Mas vamos ao “Cloud Atlas”. 
Há muito que não gostava tanto de um filme, já o vi 2 vezes e sou menina para ver outras tantas vezes (eu disse que era de exageros), o 1º facto, que talvez vós convença que o filme é mesmo bom é: 
O filme é feito pelos manos Wachowski que fizeram filmes como o Grande “Matrix”, “V for Vendetta”… 
Não vos diz nada!? OK… 
Os manos tiveram ajuda de Tom Tykwer que fez o filme “O perfume” e o “Paris J’taime”! 
Também não vos diz nada??? Pois para ser sincera o nome Tom Tykwer também não me dizia nada, até ver o que ele tinha feito! 

Pronto, vamos lá tentar outros argumentos… 
O filme retrata vários passados, presentes e futuros e a ligação das varias historias está simplesmente GENIAL, não há cortes abruptos e todas as historias interligam-se de certa forma, porque todas têm temas em comum, os atores são sempre os mesmos (a caraterização está fantástica) e os sentimentos também. Não é um filme simples nem de fácil compreensão alias eu senti que da 2ª vez que o via estava a ver diálogos novos e que muito me tinha escapado da 1ª vez. Há cenas que agoniam, refiro-me a algumas cenas passadas numa das historias do futuro em que uma das personagens descobre qual seria o seu futuro (igual ao de um animal num matadouro). No filme os personagens nascem e renascem de história para historia e as suas ações e opções têm consequências que se vão refletir no presente ou no futuro. “Cloud Atlas Sextet” é uma obra clássica de música que é composta numa das histórias e serve de metáfora para as 6 histórias vividas no filme. Sim, foi considerado um filme Indie (e por isso facilmente desprezado pelos “papa-comerciais”), fala de vida para além da morte e de amores que perduram de vida para vida, também fala dos direitos humanos que hoje ainda são quebrados, tal como na altura da escravidão permitida. Mas todas as histórias têm um princípio, meio e fim e o mérito também reside aí, porque acredito que isso seja algo que facilmente se perde num filme com 3 horas e 6 historias passadas em épocas diferentes. 

Tenho a certeza que vai ganhar alguns (espero que muitos) prémios! 

A minha descrição fica muito aquém da verdadeira qualidade deste filme, é difícil arranjar mais palavras para o fazer… 

Não sou jornalista por isso posso ser parcial, nem ganho nada com este tipo de comentários, sou apenas uma cinéfila que adora entrar dentro de historias e por isso digo: ADOREI este filme e recomendo-o! 

Se não ficaram convencidos com este meu texto, talvez convença com a pontuação do IMDB 8.1 (0 a 10): http://www.imdb.com/title/tt1371111/

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