Este fim-de-semana foi "Shakespeariano"

Na sexta-feira, 21, fui ao Teatro Nacional D. Maria II ver a peça "Timão de Atenas" 

Composta na primeira década do século XVII, Shakespeare terá escrito Timão de Atenas com a colaboração do poeta e dramaturgo seu contemporâneo Thomas Middleton (1580–1627). A peça representou para Joaquim Benite (1943–2012) um regresso a esse texto que encenara já em 2008 para o Festival de Mérida, mas também, e sobretudo, um regresso ao teatro do mais glorioso nome da era isabelina: William Shakespeare (1564–1616), cujas peças O Mercador de Veneza, Othello e Troilo&Créssida encenara já anteriormente. Numa tradução de grande qualidade, assinada por Yvette Centeno, a peça teve estreia absoluta em Portugal em Dezembro de 2012 e foi a última encenação de Joaquim Benite, constituindo desse modo a sua criação testamentária. Teatro eterno, encenado para a eternidade da tragédia humana, põe em cena o predador humano de qualquer tempo histórico, essencialmente movido pelos maus instintos de sempre.

Confesso que não gostei muito da peça... achei os atores um pouco aquém daquilo que esperava de um teatro nacional e de um clássico! As expectativas eram altas porque nunca tinha visto uma obra de Shakespeare no Teatro Nacional, mas saí de lá desiludida com o trabalho feito!


No Sábado, 22, fui ver a peça "Rosencrantz e Guildenstern estão mortos" no CCB.

Estreado em 1966, Rosencrantz and Guildenstern are Dead é um texto essencial da dramaturgia contemporânea e do pós-modernismo no teatro. Enviados pelo tio de Hamlet para tentarem conter a ira do seu sobrinho e desvendar a origem da sua loucura, Rosencrantz e Guildenstern, personagens secundárias de Hamlet, de Shakespeare, vêem-se perdidos na sua missão e incapazes de saber quem são, numa magnífica reflexão sobre a espera e a inevitabilidade da morte.A presente proposta centra a encenação nessas duas personagens e no Actor, reflectindo sobre as várias possibilidades de existência de uma mesma personagem, sobre a unidade existencial do individuo, sobre a instabilidade permanente da existência e sobre as questões do actor e da representação, num texto que se decompõe em múltiplos sentidos e se desmultiplica em divertidos jogos de palavras. 

Mais uma vez as expectativas iam altas, mas desta vez por causa do elenco de actores, o Gonçalo Waddington, Nuno Lopes e o Bruno Nogueira, 3 dos actores da peça que eu sou fã do trabalho deles e há já algum tempo que sigo a carreira deles na televisão, cinema e radio, está foi a 1ª vez que os vi no teatro e logo os 3 juntos... estavam excelentes nos seus papeis. Uma das coisas que mais admiro são as expressões corporais e faciais dos actores, posso garantir que tudo neles transparecia comédia quando era comédia e drama quando era drama! 
Era peça que veria mais meia dúzia de vezes até perceber cada fala que eles dizem e cada gesto que fazem!
Algo que não gostei foi a acústica da sala e a dicção de alguns actores (por vezes não se conseguia compreender o que dizia), se não pensarmos neste dois contras as expectativas foram em muito superadas...

 


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